Estamos com o projeto da história coletiva de JERÔNIMO DECIDE MORRER - A história de um homem que decide se suicidar ao final de um dia. A idéia surgiu durante uma das oficinas de conto que a Taba realiza a cada quinzena, em uma sala da SeCult de Mauá.
Nosso dever, será contar os eventos de um trecho desse dia e das coisas que impediram que Jerônimo se matasse naquele determinado momento.
Eu, Lexy Soares, comecei a história com aintrodução que segue abaixo, onde eu apresento a história. Agora, cada colaborador ( e todos da taba estão desde já convidados) deve continuar a história, seja do ponto onde parou, ou memso mostrando algum fato que aconteceu naquele dia antes do Jerônimo se matar. Cada um pode dar o enfoque e o tom que desejar à sua parte da história - humor, terror, drama, etc - e contar o que quizer a respeito da vida dele ou até mesmo consentrar-se nas pessoas que o cercam.
Em caso de dúvidas, leiam os emails enviados por mim e por Marcos Roberto Moreira, que contém mais informações a respeito. E também estamos enviando o texto com as primeiras colaborações feitas para apreciação, análise, e novas sugestões.
Quem quiser ajudar a matar o Jerônimo, está convidado.
JERÔNIMO DECIDE MORRER - capítulo 1Fazia uma bela manhã naquele sábado. Era dia 18 de março, e não era um dia nem um pouco especial. Exceto que, naquele dia, Jerônimo decidiu morrer. Um homem de meia idade, solitário, sem expectativas, nem esperanças. Ele imaginava que o melhor era dar cabo de uma existência sem conteúdo como a dele do que continuar inutilmente acordando de manhã, e deitando-se para dormir à noite, com uma tola tentativa de preencher o espaço entre essas duas ocasiões com hábitos arraigados desinteressantes.
Assim, naquela manhã, ele se decidiu. Talvez a única decisão firme que tomara na vida. A primeira coisa que um suicida faz é se decidir como deveria ser sua morte (ao menos, é o que ele achava, já que nunca conheceu um suicida, e era o pensamento que passou pela sua cabeça na hora). Uma morte rápida e indolor, ou lenta e dolorosa? Ele pensou sobre isso, entre um gole e outro de chá de hortelã, e pão de forma com geléia de framboesa. Às vezes, seu pensamento desviava do assunto em pauta (porquê será que cada sabor de geléia tem um preço? E porquê a de framboesa era a mais barata?), mas sempre voltava ao suicídio. E depois de lavar a louça do café, ele se decidiu: iria se matar com a arma que tinha. Um revólver que ele guardava no porão, que possuía desde o tempo em que morava numa favela. Foi um presente de um amigo traficante, que ficou um tempo escondido na sua casa (favor que conseguiu de Jerônimo por saber como fazer as ameaças certas) e ele nuca usou.
Bem, primeiro, era preciso procurar pela arma, depois ver se tinha balas (“Ah, com certeza tem, já que eu nunca usei desde que ganhei.”). Então, como aprendera nos filmes, limpar, e então, “Bang”! Que trabalhão só pra usar uma arma pela primeira, ultima, e única vez no que restava de vida... Se Jerônimo soubesse como seria seu sábado, teria pensado que limpar a arma foi a parte mais tranqüila. Afinal, ele não sabia quem iria bater à sua porta, tocar a campanhinha, chamar pra conversa no MSN, ou mesmo gritar na janela do outro lado da rua.
Ele não sabia. Sequer imaginava que sua tentativa de suicídio seria interrompida tantas vezes. Ainda bem que Jerônimo era uma pessoa paciente, e persistente.
Bem, mas antes de contar o final da história, vamos aos fatos tais quais ele se sucederam: