domingo, 28 de março de 2010

ONTEM DO PRIMEIRO DIA (Midrash)

Quando Deus não tinha inventado ainda este tempo, Ele era como uma criança inconsequente ou uma velha excêntrica e vivia a varrer estrelas pelo infinito ou cambalhotar entre os elétrons que Ela criava e destruia, montava e desmontava, sem nenhuma pretensão ou responsabilidade, e Ele inventava o tempo, para depois fazê-lo retroceder, ou avançava-o até que o mesmo se consumisse em silêncio espetacular. E fazia o Ser e o Não-Ser, o Sempre e o Nunca, as milhares de formas da Reta e as infinitas possibilidades de curvas do Espaço. E encaixava infinitos impoderáveis como matrioshkas cósmicas, e desenrolava estruturas químicas de substâncias recém-nascidas. E não havia desperdício, porque não existia carência; e não havia tolice, porque a seriedade nasceu da dor e do trabalho, que ainda não existiam. E também não existia caos, mas uma outra espécie de ordem que hoje ainda subjaz nas entrelinhas da matéria e do pensamento. E na Sua eterna onisciência, quando Ela inventava o sono, sonhava com a sua mais bela criação... Mas infinitas eternidades se passariam até que Ele resolvesse criar este nosso tempo, e se havia alguma demora, não existia nenhuma dúvida. É que até que chegasse o momento, no não-momento, da criação do primeiro dia, Ela ponderava sobre todo o monturo e toda a sordidez que surgiria indiretamente das suas mãos pelas mãos do seus filhos, e sobre a loucura que era entregar o livre arbítrio, um poder tão imenso, para uma criatura tão instável como Adão. Ainda mais que Ele sabia o que seria feito desse dom: sob Seus olhos passavam as lâminas afiadas, misturas incandescentes, átomos em desintegração rasgando a carne inocente; passavam as amarras, correntes, grades e arames torturando espíritos livres; passava o riso sardônico, a maledicência, a calúnia, a execração pública dilacerando a alma do que pecou por ser um milímetro diferente dos demais. Ponderava sobre tudo isso sim, mas não vacilava, porque sabia que sua mais bela criação, menina dos Seus olhos divinos, só poderia revelar toda beleza e poder num mundo deformado por todos os nossos erros . E é por isso que, entre as infinitas possibilidades, Ela não fez o melhor e mais perfeito dos mundos, mas sim este aqui, o que mais necessita da presença redentora do Amor. E foi com esse pensamento que, de repente, Big Bang.
Jorge de Barros

AMIGOS, MALHEM ESSE TEXTO, POR FAVOR.

sábado, 27 de março de 2010

Urban Legio Omnia Vicint

“É tão estranho Os bons morrem jovens”
- Renato Russo 27/03/1960 à 11/10/1996



É. O Trovador Solitário se foi, mas nos deixou sua linda poesia, suas belas cações, sua voz poderosa e ainda sim suave: a voz de uma geração. E não importa o que aconteça:


A LEGIÃO URBANA SEMPRE VENCE.


Como homenagem ao vocalista da maior banda do Brasil, editei frases de algumas de suas musicas.


OUÇA NO VOLUME MÁXIMO:


Urban Legio Omnia Vicint

Beberam meu sangue e não me deixam viver

Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes

Ninguém vai me dizer o que sentir

Já estou cheio de me sentir vazio

Não vou me deixar embrutecer
Eu acredito nos meus ideais

A insegurança não me ataca quando erro

Contra minha própria vontade sou teimoso, sincero
E insisto em ter vontade própria

Contra todos e contra ninguém

Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei

Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também

Mentir é fácil demais

Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente

Esse é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
A primeira vez
Sempre a última chance

Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
Força e cuidado

Não preciso de modelos, Não preciso de heróis
Eu tenho meus amigos, E quando a vida dói
Eu tento me concentrar, N'um caminho fácil

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou

Porque o tempo é mercúrio-cromo
E tempo é tudo que somos

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente

E a vida que a gente leva não é nada igual
Aos Anúncios de Refrigerante.

E tudo aquilo contra os que sempre lutam
É exatamente tudo aquilo que eles são

Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão
Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão

Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito

Quando se aprende a amar.
O mundo passa a ser seu.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Que não existe razão?

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã

O que é que desvirtua e ensina?
O que fizemos de nossas próprias vidas?

Vamos fazer nosso dever de casa

O sol é um só
Mas quem sabe são duas manhãs

"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".

Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são

Viver é uma dádiva fatal
No fim das contas, ninguém sai vivo daqui mas
Vamos com calma!

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz

E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.

FORÇA SEMPRE


– Marcos Roberto Moreira descobriu a força da poesia com a Legião Urbana.


poesia - lulina

Meus registros: Fotografando & Poetando: Como o repicar dos sinos ...



No universo das palavras,
tão bem centradas,
tão bem molhadas
nas lágrimas,
busco
as
mais belas ...
pra chegar aos
seus ouvidos d'alma.
E elas são:
mornas
qual
fim de tarde,
de verão,
embaladas
no vento,
tocadas qual sinos,
livres,
ecoadas repetidamente...
num badalo,
limpo,
ordenado
e
belo.
E as palavras
ecoam,
insistem...
E suaves,
sussurram...
cadenciadas!
E bailam,
e
cantam
e
ecoammmmm ...
aaaaammmmooorrrrrr...
aaaaammmmooorrrrr ...
aaaaammmmooorrrr...
Ecoarão,
permanecerão ...
Porque
fazem parte,
eternamente,
do espaço,
chamado,
meu-coração!


Tata Junq

Poetando, sempre!



Procura-se:
Chão!

Persegue-se:
Sonhos!
Sonhos!
Sonhos!

Aborta-se:
Infelicidades!
Inverdades!

Crê-se:
Justiças!
Lealdades!

Lava-se:
Alma!

Pode-se:
Tudo!

Quer-se:
um
querer
querido:
amor- dividido!

Tata Junq

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR



Ahhhhhhh...cores, amores,verdades,saudades ... em qualquer idade.
Bom viver!Viver dores, amores, alegrias, fantasias, dissabores ... viver.
Viver cada oportunidade, doce ou fel.
Sentir, sentir e sentir ... dividir, dividir, dividir ... nunca carreira solo.
Amar, viver, tem sempre e terá recompensas.É como se tivéssemos à disposição de alimento em nossa dispensa.
Bom ter podido chorar.
Bom ter podido sorrir.
Bom ter podido silenciar.
Bom ter podido partir.
Bom ter podido sonhar.
Bom ter podido ficar.
Bom ter podido amar.
Viver implica em saídas e chegadas. Em marchas e retrocessos ... em pegadas ... deixadas, sutis ou cavadas, qual sulcos na terra , molhada.
Viver é eterna caminhada!
Viver é alma marcada!


Tata Junq 22/07/09

Poetando:Viver.


A Arte
de
Viver,
abre
asas,
sorri,
pinta,
o
céu
da
boca,
e
arreganha
os
dentes.
Presente!

Tata Junq

segunda-feira, 22 de março de 2010

a parte que te cabe




Edson Bueno de Camargo


para o amigo Celso de Alencar

Circe
amarrou a Ulisses
com não correntes
usou os músculos de sua vagina

mesmo estando em êxtase
a saudade de seu chão
e do cheiro do esterco das ovelhas
o chamavam para casa
e se libertou

Circe disse fica
mas Ítaca clamou mais alto

o esperava em casa
uma vagina mais mansa
e doméstica
sem grandes bailados
e malabarismos
mas que demonstrou um furor selvagem
ao se fechar aos machos
que não eram para ela

e na vingança e na morte
se abriu em sorriso
enquanto seu homem
trespassava seus adversários com flechas

nas noites que se seguiram
Ulisses não sentiu saudades
da insaciável bruxa deusa

Penélope
cansada de tecer
exigiu a parte do homem
que lhe cabia

domingo, 21 de março de 2010

pele


Edson Bueno de Camargo


ando tão só
que nem a minha sombra me reconhece.

ando tão sombra
que nem a solidão se reconhece minha

reconheço tão sombra
que a solidão nem anda sobre minha pele

sábado, 20 de março de 2010

Pensamentando.


O Mundo gira,
o das idéias.


Quero pão -de-ló!


Quero pão francês!


Quero brioches!


Quero França!


Quero poetas franceses!


Idéias francesas!


Idéias do Iluminismo!


Borrões de tintas,


na tela


da


mente.


Palavrinhas-de- tintas,


multicoloridas,


perdidas.


Lindamente


despojadas.


Lindamente,


à gauche et


à droite!


Penso.
Fossick
et
de l'invention,
tento.


Tata Junq

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR



Ser ou não ser ...


Hoje é hoje, o resto é conversa!!!




"Tudo preparado para a partida, percebeu que lhe faltava apenas encontrar uma nobre dama para apaixonar-se. Um cavaleiro andante sem amores era uma árvore sem frutos, um corpo sem alma.


....Estava o nobre cavaleiro pronto para buscar a glória das batalhas e o gosto da aventura. Certa madrugada, saiu ao encontro das razões de seus sonhos. Completamente armado, montado no altivo corcel, lançou-se ao mundo."
(Dom Quixote/ Miguel de Cervantes/ adaptação de José Angeli )



Ser ou não ser Dom Quixote? Eis a questão!!


Por hoje, monto meu altivo corcel ...


Lanço-me ao vento!


Corro atrás dos sonhos ... que parecem tão distantes ...


Vou buscando batalhas, internas e externas ... eu chego lá!


Hoje, é hoje!


Amanhã?




Tata Junq

MOMENTOS: Meu registro fotográfico & Pensamentar.



Sonho azul!


Menino-azul,


mergulhador.


Alma doce,


meio ao mar.


Faz-me,


sonhar.


Nadadeiras


na alma,


busco a calma


de


seu


olhar.




Tata Junq

Poetando às avessas.



CABEÇA!


Nome ou documento?


Gente.


Namoro ou amizade?


Lealdade.


Trabalho ou vadiagem?


Viagem.


Amor e uma cabana?


Casa com piscina.


Sabedoria ou ignorância?


Aprendizagem.


Ironias ou antíteses?


Metáforas.


Tata Junq

Fascinação



Fascinação

Fascina-me,
as letras jogadas no papel!
Por vezes...alheias,
em horas unidas,
trazem-me os beijos teus!
Contam-me os teus segredos,
gritam a tua dor...
em intensos momentos,
transbordam o teu amor!

Fascina-me,
as cores que elas desenham...
unidas ditam a cor do mar,
a cor do céu,
o tamanho das tranças da Rapunzel!

Falam da penumbra,
da dor,
da morte
e da saudade de um grande amor!
Contam-me a beleza do raio,
o poder do trovão,
o medo...
o vento e o furacão...
falam da brisa, da chuva,
do desejo
e da sedução do beija-flor!

Fascina-me as letras jogadas no papel
a contar os segredos
de um poeta !

Rosane Oliveira

quinta-feira, 18 de março de 2010

sumi-ê



Edson Bueno de Camargo

desenhar bambus
por ofício
gomo por gomo
e folhas agudas

escamas da terra
serpente verde
que ganha o céu

assim como o gume da espada
o pincel corta a folha
com o poema

porcelana arqueológica


Foto: Sarah Helena



Edson Bueno de Camargo



meninos velhos
auscultam peças de porcelana arqueológica
cacos de vidro verde
louça holandesa
e garrafas venezianas

se buscam entre as vértebras
da terra do quintal

estamos tristes esta tarde
ainda empoleirados no telhado
pequenos galos
tecedores de sol

único quartzo
carrega elétrons de vento solar

ao Sul e ao Norte
espera a aragem
que varrerá com suavidade este dia
a um esquecimento frio e com escamas

o tempo é um peixe
em ombro do poeta

quarta-feira, 17 de março de 2010

Poetando: Registro da memória-infantil.


No jardim,
a flor
jasmim!
Queria
tanto
ela
pra
mim!
Lembranças
que
não
têm
F
I
M
.



Tata Junq

Poetando: Acordes de um violão!


No silêncio,
silêncio!
Na  contemplação,
o olhar.
Na dor,
o cansaço!
Na insistência,
coração!
Na saudade,
acordes
de um
violão!

Tata Junq
Tempo

...e vem o tempo,
impiedoso,
marcando meu rosto,
cegando os olhos,
curvando o corpo,
confundindo as cores,
tapando os ouvidos,
apagando as lembranças...
e aflorando as dores!

Rosane Oliveira

Poetando.



Cantei,


amei em


cada nota


em fá,


em dó,


em sibemol!


Soaram suaves


acordes...


suaves,


suaves,


sussurraram leves,


quase imperceptíveis.


E você,


sequer ouviu,


minha revelação,


que em ré,


voltou à pauta.


E registrada


ficou


a canção do sempre,


pra sempre.


Cantei


e te amei


a cada nota.




Tata Junq
(...) OH "Mauá" cidade de lábios tristes e trêmulos onde encontrar asilo na tua face?

(parafraseando Roberto Piva_ o poeta sem convênio médico)

Anhagabau

Aqui estou outra vez pra tua sombra
Venho clamar abrigo e proteção
Sou devoto de Baco
Ando sozinho no silencio de noites escuras
Esfrego-me nojento com homens e mulheres que não conheço
Puxar um trago
Sentir o ar correr quente nos vasos sanguíneos e depois
Loucura...
Ando sozinho entre becos escuros
Sou um caminhante
Sou um degredado filho de Eva a caminha em terra estranha me esbarrando com pessoas estranhas em noites frias
Tomar o litro de vodca que carrego por baixo do casaco molhado
Sentir o corpo anestesiado
Embriagado durmo na calçada
Os que passam não me percebem
Não me percebe o meu vizinho ao lado
Não me percebem os casais apaixonados que cruzam o anhagabau
Anhangá Deus-Demônio é quem me percebe e me da morada em suas calçadas
No seu vale, quanto vale a vida?

Oral

Recostar minha boca entre tuas pernas e sugar
sugar foi o primeiro reflexo do nosso instinto de sobrevivência
mamíferos sugamos com bocas famintas
seios suculentos
a trupe dos vivos a procura de diversão barata
vagando noites adentro
embriagados de loucura e êxtase
sangue corre frio
quase posso sentir o fio cortante do vento noturno
na tua face de anjo a madrugada festeja alegria poucas.
sugar

segunda-feira, 15 de março de 2010

O ADMIRAVEL MUNDO DAS LETRAS



















à todos bibliotecários em especial, aos funcionários da

Biblioteca Municipal de Mauá Cecilia Meireles.

Dia 12 de Marco, dia do Bibliotecário.



Olhou ao redor: Todos concentrados. O silencio, quebrado apenas pelo virar de paginas aqui e ali. “Por que é tão difícil pra mim?”, pensou Renata. Realmente, não tinha paciência para a leitura. Lia as conversas no MSN e no máximo, os recados do Orkut. Isso quando o recado não era muito grande! Mas ela estava ali, na Biblioteca municipal, para mudar isso.

Um dia antes, ouviu uma frase dita pelo apresentador de um Reality Show:

- Você é o que você lê.

Sabia que o programa era um lixo, mas a frase a fez pensar. Lembrou das revistas de fofoca que vez ou outra folheava e refletiu: “Eu sou o que leio? Celebridade eu não sou. Então sou o quê? Alcoviteira?”.

Não, não. Não era isso o que queria da vida. Achava o máximo quando ficava sabendo de uma mulher que dirigia uma empresa ou era escritora. Queria ser assim como elas. Mas para isso, precisava adquirir conhecimento.

O difícil era saber por onde começar. Cruzou os corredores da biblioteca, de um lado para o outro, olhando as prateleiras, parando em uma capa brilhante, folheando um ou outro livro. Foi quando uma moça sorridente lhe abordou:

- Posso lhe ajudar?

- Estou procurando um livro...

- Sabe o título ou o nome do autor?

- Bom, na verdade, eu nunca li nenhum livro na minha vida. Mas decidi que vou passar a ler. Só não sei por onde começar. São tantos...

A bibliotecária calmamente conduziu a jovem aos arquivos de catalogação. Lhe ensinou não só como usá-los, mas também lhe indicou alguns livro e autores.

Levou para casa Dom Casmurro do Machado, e Senhora de José de Alencar. Apesar da dificuldade inicial, terminou em duas semanas.

Não demorou muito tempo, e já devorava dois livros por semana. Lima Barreto, Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Camões. Sua a sede de conhecimento aumentava a cada dia. Sua visão critica ficava cada vez mais aguçada.

Ela vivia cada pagina, sentia cada sentença; a angústia de K, o crime de Raskólnikov; deu a volta ao mundo em 80 dias, foi da terra à lua; lutou na guerra dos mundos, enfrentou o monstro da Rua Morgue, enquanto recebia as visitas noturnas de um corvo; ficou maravilhada com o monstro incompreendido da Jovem Mary Shelley, horrorizada com o fascismo do livro 1984.

Os livros lhe abriam as portas da percepção para um admirável mundo novo.

Hoje, apesar da faculdade de letras e do estagio lhe tomaram grande parte do tempo, Renata faz questão de ajudar no programa de doação de livros para a biblioteca de sua antiga escola.


- Marcos Roberto Moreira




domingo, 14 de março de 2010

Rio de Minha Aldeia


para D. Edson B. C.

Tietê...
eu rio de minha aldeia

(e choro)

JdB

Roteiro:

- Marcos Roberto Moreira


Gost
aria que minha vida
fosse
como o roteiro desses filmes cults

de belas tomadas
canções de bom gosto
e humor refinado

Mas percebo que meu dia-a-dia
está cada dia mais parecido
com um filme de comédia pastelão.



quinta-feira, 11 de março de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pornografia pode?




Soneto de Infidelidade

De tudo, até do amor, passarei pinto
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que até em face do menor encanto
Não resisto jamais: eu traio e minto.

Quero metê-lo em cada vão... e sinto
Que esse calor há de matar-me, e entanto
Assim, sem juízo e a causar espanto,
Sigo a gozar e a mais ficar faminto.

E assim quando chegar, com o mau futuro,
Quem sabe o chifre, mal bem merecido,
Quem sabe a impotência, essa tirana,

Eu possa então dizer (com o pau caído):
Que não desperdicei nenhuma chana!
Quem dera fosse infindo o falo duro...

Gregório de Moraes

PS. Contra todos os politicamente corretos que andam chatificando o mundo, sejamos pornográficos!
PPS. Aguardem meu poema cristão, no qual pedirei perdão pelo de acima. (antes, preciso ficar arrependido)
PPPS. O clown anda muito melancólico... traz uma cola de sapateiro daí pra gente.
JdB

segunda-feira, 8 de março de 2010

Blogagem Coletiva '100 anos do Dia Internacional da Mulher - Celebrar o quê?'






Blogagem Coletiva '100 anos do Dia Internacional da Mulher - Celebrar o quê?'

No Dia Da Mulher



A mulheres criaram um dia para celebrar as lutas,
As conquistas, derrotas e todas as vitórias delas.
Reconheço e saliento-as como legítimas condutas
Por ter seus direitos, justamente, a reconhecê-las.

Mas a mulher que quer ganhar na vida vira Yuppie
Ou lamenta sua condição de mulher sub-globalizada.
Ela é “O” chefe, duro concorrendo como uma Groupie
Para ver quem na empresa manda mais bordoadas.

As mulheres que me desculpem, mas olhem as alheias;
Aquelas mulheres que não levantam suas bandeiras,
Vejam como elas são parecidas a margem dos homens.

Igualar não devia ser, fugir a sua própria natureza
Ou viver uma vida de incertezas, um sonho de princesa.
Devia ser fazer valer a dignidade do próprio nome.

Chris Clown Oliveira

domingo, 7 de março de 2010

QUANDO CHEGAR








Martha Medeiros

"Quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia nem ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez

e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa ao lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe

e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade."

Martha Medeiros (Porto Alegre, 20 de agosto de 1961) é uma jornalista e escritora brasileira.

quinta-feira, 4 de março de 2010

teu colo




Edson Bueno de Camargo


livre
liso
e luzidio
esguio sob a luz da lua

teu colo
é cavalo árabe
nunca domado

cego

Edson Bueno de Camargo


nasci do ovo
da morte
com o sangue
ainda escorrendo
pela ferida

nunca sai da margem
do rio
perdido em sua vertente

depois veio a luz

e fiquei cego
para toda escuridão

Blogagem Coletiva '100 anos de Dia Internacional da Mulher - Celebrar o quê?'

Em 2010, a comemoração do 8 de março como Dia da Mulher completa cem anos. Para celebrar essa data, que este ano é duplamente especial, convidamos a todas/os para participar da blogagem coletiva organizada pelo Alma Rubra.

O tema é: "100 anos de Dia Internacional da Mulher: celebrar o quê?". A proposta é discutir o que aconteceu no dia a dia das mulheres em 100 anos de lutas e conquistas.

Para participar, comente neste post colocando o nome e endereço do seu blog, leve o selo e poste um texto sobre o tema no seu blog no dia 8 de março.

Participe!


http://rubraalma.blogspot.com/2010/03/blogagem-coletiva-100-anos-de-dia.html




Mais informações sobre os 100 anos do Dia da Mulher, indicamos o "Dia Internacional da Mulher: em busca da memória perdida" AQUI

terça-feira, 2 de março de 2010

AUTO... AJUDA?



Passando em frente a uma livraria, vi na vitrine um livro, daqueles de auto-ajuda, intitulado: como trabalhar para um idiota. Achei que o titulo estava errado. O mais apropriado seria “como deixar de trabalhar para um idiota”; fácil: É só levar o livro para ler no serviço e deixar que o patrão veja o titulo.


Isso me lembra aqueles livros, “como ficar milionário” ou “como ficar rico da noite pro dia”. Nunca li nenhum, mas imagino que o melhor método para enriquecer rápido, seja justamente lançar um livro sobre como enriquecer, que fosse comprado por um monte de pobre inconformado. Talvez este seja o “segredo” do sucesso afinal.


Nota: o prefixo auto, exprime a ideia de próprio, por si próprio, independente. Por exemplo, ter autoconhecimento é conhecer a si mesmo, certo? Então, se o livro é de auto-ajuda, não deveria servir de ajuda apenas para o autor?


- Marcos Roberto Moreira

segunda-feira, 1 de março de 2010

O regresso de ulisses



Mário Cesariny, Lisboa 9 Agosto 1923 — 26 Novembro 2006
 
O HOMEM É UMA MULHER QUE EM VEZ DE TER UMA CONA TEM UMA PIÇA, O QUE EM NADA PREJUDICA O NORMAL ANDAMENTO DAS COISAS E ACRESCENTA UM TIC DELICIOSO À DIVERSIDADE DA ESPÉCIE. MAS O HOMEM É UMA MULHER QUE NUNCA SE COMPORTOU COMO MULHER, E QUIZ DIFERENCIAR-SE, FAZER CHIC, NÃO CONSEGUINDO COM ISSO SENÃO PRODUZIR MONSTRUOSIDADES COMO ESTA FAMOSA “CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL” SOB A QUAL SUFOCAMOS MAS QUE, FELIZMENTE, VAI DESAPARECER EM BREVE.

PELO CONTRÁRIO, A MULHER, QUE É UM HOMEM, SOUBE SEMPRE GUARDAR AS DISTÂNCIAS E NUNCA PRETENDEU SUBSTITUIR-SE À VIDA SISTEMATIZANDO PUERILIDADES COMO FILOSOFIA, AVIAÇÃO, CIÊNCIA, MÚSICA (SINFÓNICA), GUERRAS, ETC. ALGUNS PEDANTES QUE SE TOMAM POR LIBERTADORES DIZEM-NA “ESCRAVA DO HOMEM” E ELA RI ÀS ESCÂNCARAS, COM A SUA CONA, QUE É UM HOMEM.

DESDE O ÍNICIO DOS TEMPOS, ANTES DA ROBOTSTÓNICA GREGA, OS ÚNICOS HOMENS-HOMENS QUE APARECERAM FORAM OS HOMENS-MEDICINA, OS HOMENS-XAMÃS (HOMOSSEXUAIS ARQUIMULHERES). ÊSSES E AS AMAZONAS (SUPER-MULHERES-HOMENS). MAS UNS E OUTRAS ERAM DEMAIS DEMAIS. E DESDE O INÍCIO DOS TEMPOS QUE PENÉLOPE ESPERA O REGRESSO DE ULISSES. MAS O REGRESSO DE ULISSES É O HOMEM QUE É UMA MULHER E A MULHER QUE É UMA MULHER QUE É UM HOMEM.

Pena Capital, 1957
(Assírio & Alvim, 1982)