quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rainha

Ela abriu as pernas
pro mar
e pra mim
na primeira vez
eu lembro de uam brisa quente que soprava e ela suada
gozava o prazer de ser rainha
o mar em extase lambia suas pernas
na segunda vez
eu era quem soprava
quisera eu ser brisa quente
agua gelada do mar de lua cheia
pra lamber o teu corpo e me fazer extase

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sarau da Taba - Sábado a partir das 15h00 – 04/12/2010





Sarau da Taba:

Dia 04 de dezembro, sábado, a partir das 15h00, irá acontecer o último Sarau da Taba de 2010, com o encerramento festivo das atividades da Taba, que no dia 01 de janeiro de 2011, entre fluxos e refluxos, completará 6 anos de atividade.

Acontecerá também a Noite de autógrafos dos livros dos ilustres membros da Taba, "Os que não leram Os Sertões fizeram do mesmo um livro difícil", de Aristides Theodoro e "Estilhaços Urbanos", de Macário Ohana Vangélis.

Estão desde já todos convidados a participar com sua arte, em uma agradável casa bandeirista e seu clima secular, onde todos tem voz e vez..



Local - Museu Barão de Mauá
Centro de Referência da Memória e História da Cidade
Av. Dr. Getúlio Vargas, 276 – Vila. Guarani – Mauá – SP - Telefones: 4519-6456

Sábado a partir das 15h00 – 04/12/2010





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Presença da Taba de Corumbê no II Encontro de Teatro em Mauá - SP






O II Encontro de Teatro tem início nesta quarta (24/11) e vai reunir em Mauá espetáculos e artistas consagrados em mais de 30 apresentações gratuitas. O encontro vai até domingo (28).


Presença da Taba de Corumbê no II Encontro de Teatro em Mauá - SP

Sexta, 26/11, às 18h – Noite de autógrafos.
 
Livro: "Os que não leram Os Sertões fizeram do mesmo um livro difícil", de Aristides Theodoro.
 
Livro: "Estilhaços Urbanos", de Macário Ohana Vangélis.
 
Local: Saguão do Teatro Municipal. 
Rua Gabriel Marques, 353, Vl. Noêmia

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

JERÔNIMO DECIDE MORRER


Estamos com o projeto da história coletiva de JERÔNIMO DECIDE MORRER - A história de um homem que decide se suicidar ao final de um dia. A idéia surgiu durante uma das oficinas de conto que a Taba realiza a cada quinzena, em uma sala da SeCult de Mauá.
Nosso dever, será contar os eventos de um trecho desse dia e das coisas que impediram que Jerônimo se matasse naquele determinado momento.
Eu, Lexy Soares, comecei a história com aintrodução que segue abaixo, onde eu apresento a história. Agora, cada colaborador ( e todos da taba estão desde já convidados) deve continuar a história, seja do ponto onde parou, ou memso mostrando algum fato que aconteceu naquele dia antes do Jerônimo se matar. Cada um pode dar o enfoque e o tom que desejar à sua parte da história - humor, terror, drama, etc - e contar o que quizer a respeito da vida dele ou até mesmo consentrar-se nas pessoas que o cercam.
Em caso de dúvidas, leiam os emails enviados por mim e por Marcos Roberto Moreira, que contém mais informações a respeito. E também estamos enviando o texto com as primeiras colaborações feitas para apreciação, análise, e novas sugestões.
Quem quiser ajudar a matar o Jerônimo, está convidado.


JERÔNIMO DECIDE MORRER - capítulo 1


Fazia uma bela manhã naquele sábado. Era dia 18 de março, e não era um dia nem um pouco especial. Exceto que, naquele dia, Jerônimo decidiu morrer. Um homem de meia idade, solitário, sem expectativas, nem esperanças. Ele imaginava que o melhor era dar cabo de uma existência sem conteúdo como a dele do que continuar inutilmente acordando de manhã, e deitando-se para dormir à noite, com uma tola tentativa de preencher o espaço entre essas duas ocasiões com hábitos arraigados desinteressantes.
Assim, naquela manhã, ele se decidiu. Talvez a única decisão firme que tomara na vida. A primeira coisa que um suicida faz é se decidir como deveria ser sua morte (ao menos, é o que ele achava, já que nunca conheceu um suicida, e era o pensamento que passou pela sua cabeça na hora). Uma morte rápida e indolor, ou lenta e dolorosa? Ele pensou sobre isso, entre um gole e outro de chá de hortelã, e pão de forma com geléia de framboesa. Às vezes, seu pensamento desviava do assunto em pauta (porquê será que cada sabor de geléia tem um preço? E porquê a de framboesa era a mais barata?), mas sempre voltava ao suicídio. E depois de lavar a louça do café, ele se decidiu: iria se matar com a arma que tinha. Um revólver que ele guardava no porão, que possuía desde o tempo em que morava numa favela. Foi um presente de um amigo traficante, que ficou um tempo escondido na sua casa (favor que conseguiu de Jerônimo por saber como fazer as ameaças certas) e ele nuca usou.
Bem, primeiro, era preciso procurar pela arma, depois ver se tinha balas (“Ah, com certeza tem, já que eu nunca usei desde que ganhei.”). Então, como aprendera nos filmes, limpar, e então, “Bang”! Que trabalhão só pra usar uma arma pela primeira, ultima, e única vez no que restava de vida... Se Jerônimo soubesse como seria seu sábado, teria pensado que limpar a arma foi a parte mais tranqüila. Afinal, ele não sabia quem iria bater à sua porta, tocar a campanhinha, chamar pra conversa no MSN, ou mesmo gritar na janela do outro lado da rua.
Ele não sabia. Sequer imaginava que sua tentativa de suicídio seria interrompida tantas vezes. Ainda bem que Jerônimo era uma pessoa paciente, e persistente.
Bem, mas antes de contar o final da história, vamos aos fatos tais quais ele se sucederam:

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Oficina de Poesia da Taba – Neste Domingo – 07/11/2010 -




Oficina de Poesia da Taba – Neste Domingo – 07/11/2010 -


Neste domingo dia 07 de novembro de 2010 acontecerá a “OFICINA DE POESIA” da Taba de Corumbê. Evento aberto e livre.

Domingo: 07/11/2010 - 15h00 ás 17h00


Local: TEATRO MUNICIPAL DE MAUÁ
Rua Gabriel Marques, n.º 353 - Centro – Mauá – SP
(Acesso também pela Avenida João Ramalho, 456.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mais uma casa.



Edson Bueno de Camargo

...os meninos da cidade viram a casa alçar vôo... pág. 110 in - Flores No Pote.- António Souza. -Mazza Edições – Belo Horizonte - 2002.



Um dia alguém muito feliz passou por esta porta. Em outro, com profunda tristeza. D’outra feita, uma criança saltitante a atravessou, e seu caixão, já na profunda idade, também. Seus batentes suportam o peso de todo um tempo, e mais adiante. A porta escancarada conta histórias. Aquele tijolo diz de onde veio. A madeira podre lembra que foi árvore.

Borboletas substituem pessoas, floresce um jardim improvável em meio às telhas.

As casas envelhecem com e como as pessoas, um dia morrem, de doença ou tristeza.

Ruínas são fantasmas enternecidos. As casas não podem sair do local onde estão, mas a muito o abandonaram. 




exercício de criação 6

O que a foto te faz pensar? Que lugar é esse? O que aconteceu antes?

http://gambiarraliteraria.blogspot.com/2010/09/exercicio-literario-6.html

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Oficina de Poesia da Taba – Neste Domingo – 19/09/2010 -



Oficina de Poesia da Taba – Neste Domingo – 19/09/2010 -


Neste domingo dia 19 de setembro de 2010 acontecerá a “OFICINA DE POESIA” da Taba de Corumbê. Evento aberto e livre.

Domingo: 19/09/2010 - 15h00 ás 17h00


Local: TEATRO MUNICIPAL DE MAUÁ
Rua Gabriel Marques, n.º 353 - Centro – Mauá – SP
(Acesso também pela Avenida João Ramalho, 456.

Oficina de Conto da Taba – Nesta Sexta-feira – 17/09/2010 -



Oficina de Conto da Taba – Nesta Sexta-feira – 17/09/2010 -


Nesta sexta dia 17 de setembro de 2010 acontecerá a “OFICINA DE CONTO” da Taba de Corumbê. Evento aberto e livre.

Sexta-feira: 17/09/2010 - 19h00 ás 21h00


Local: BIBLIOTECA MUNICIPAL CECÍLIA MEIRELES
Espaço “Heleny Gariba”
Rua Rio Branco, 87 - 1º Andar – Centro - Mauá – SP - Telefone:. 4547-1483

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

OLHOS APAIXONADOS

Cada noite de desencontro
é um grito estrelando
a saudade no abismo

Cada noite sem você me descompleta
cada lágrima solitária deixo espetada
nos clarões da lua

O deleite dos anjos espalha as brasas
da anarquia aonde eu só queria
ter você

As estátuas sibilam mensagens
pelas aves noturnas
sexo e liberdade encarnam na praia
um anjo de fogo que eu dobro
até fazer da areia um sino do céu
e os amores que eu deixei
dedilham harpas nos meus olhos
apaixonados por você tão intensamente
que nem na morte dispo da pele teu sabor

e o pássaro cego sabe do que é feito o sonho

quando a natureza
se faz música
pelo sorriso da tua alma

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sarau da Taba: Sábado a partir das 14h00 – 25/09/2010



Sarau da Taba:

Dia 25 de setembro, sábado, a partir das 14h00, irá acontecer o primeiro Sarau da Taba de 2010, após desencontros, cancelamentos e uma interrupção de quase um ano.
Estão desde já todos convidados a participar com sua arte, em uma agradável casa bandeirista e seu clima secular, onde todos terão voz e vez..



Local - Museu Barão de Mauá
Centro de Referência da Memória e História da Cidade
Av. Dr. Getúlio Vargas, 276 – Vila. Guarani – Mauá – SP - Telefones: 4519-6456

Sábado a partir das 14h00 – 25/09/2010

sábado, 28 de agosto de 2010

leve

Estas horas que passam leves
esses dias que nos consome devagar
a brisa quente no final da tarde
agua fria do gorotuba
o rio de minha aldeia molhava nossos pés
uma canga estendida em baixo do salgueiro
e paz entre seus braços
vou para o tempo neste instante
e talvez o mundo melhore

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

rua

Conse Bastos



Olhando para essa rua acho que ela vai dar no infinito, ou é uma rua sem saída? mas o que chama a atenção é a lâmpada, que nem está acesa; fiquei imaginando a noite e a lâmpada e as sombras das casas. Estou há meses com “o império da luz” na cabeça, escrevo guiada por essa luz, escalo longas paredes e me enfio em túneis sem saber o que tem do outro lado. A luz, essa luz me guia. Magrite, meu caro, quanto ferro retorcido, carcaças de animais, lama, folhas, detritos, margeiam essa rua! Sigo em frente e desemboco numa vila, uma igrejinha e uma escola que dormem no meio da noite sem lua. Meninas de mãos dadas em roda numa pracinha em frente a minha casa. Se essa rua fosse minha...Minha casa? Minha rua ? se essa rua fosse minha eu mandava desenhar, eu pintava, se essa rua fosse minha eu mandava avivar as cores do passado para trazer a este altar uma menina sem asas de anjo, uma menina vivendo o seu tempo de sombra, eu pintava todas as cores do seu mundo cinzento: a boneca de olho furado, panelinhas de barro, trapos sujos, palitos de fósforos riscados, tampinhas, botões, cacarecos. E assim eu poderia afinal começar uma história: era uma vez uma criança.

Exercício de Conse Batos para o

Exercício de criação 1

 http://gambiarraliteraria.blogspot.com/

domingo, 22 de agosto de 2010

MEU AMOR


imagem google











MEU AMOR


Toco o sol com minhas mãos
Levito de tanta emoção
Viajo como fada
numa bolha de sabão...
Flutuo entre as estrelas
Deslizo pelas nuvens
Basta voce tocar de leve a minha mão
Beijar minha face com carinho
Olhar meus olhos
falando devagarinho...
Seu sorriso me encanta
Sua voz me acalanta
E o amor se agiganta
O coração bate mais forte
Agradeço a Deus a sorte
Por ter-te colocado na minha vida
como meu norte...
Mesmo que espinhos machuquem o coração
Sangrem o peito, entristeçam a alma
Uma certeza me acalma
Com voce cessou-se a dor
Pois tudo em ti transpira o amor

Kira, Penha Gonçales

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

meteoros



Edson Bueno de Camargo

encontro o deserto em mim
caminho semana em trilha rasa
as pedras dormem aos meus passos
onde brotam espinhos e flores

o espaço se corta em dois
e cantam as estrelas
os cântaros de aquário
nunca se esvaziam
e teu olhar é um rosa de seda azul

minha língua em chamas
te cobre de cintilações
e colhem os vespeiros maduros
de um mel grosso e escuro
(tempo de macieiras em flor)

aninho me na areia
como cama macia
sou vigiado por escorpiões vermelhos
e o chacal
sonho com uma mãe terna
a me abrigar com seus zelos

no sonho nosso amor
une átomos e estrelas
enquanto estou a mastigar
todos os meteoros possíveis
de teus cabelos




Exercício de criação 2

http://gambiarraliteraria.blogspot.com/2010/08/exercicio-de-criacao-2.html

casa de papel


 Edson Bueno de Camargo


casa de papel
geração espontânea
de feitiços





Exercício de criação 3

http://gambiarraliteraria.blogspot.com/2010/08/exercicio-de-criacao-3.html

 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dica

"Sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança" em Memoria de minhas putas tristes o premio nobel de literatura Gabriel Garcia Marques conta a historia de amor entre um nonagenario e uma adolescente,uma historia de amor vivida por um homem que até os noventa anos só conhecia o sexo e é alcançado pelo amor na sua forma mais pura o amor que cuida e protege,estou a´roveitando a minha estada no norte de Minas Gerais para (re) ler livros,vida e tudo o amis que me cair nas maãos, na inha cabeceira agora tenho o citado Memoria de minhas putas tristes um livro fantastico que merece sua atenção.

ps: me apropriei da ideia de biblioteca coletiva desde que cheguei aqui com minha bagagem e mais duas enormes bolsas com livros,cds,apostilas e dvds tenho revisto o que trouxe e doado para a blibioteca publica de Nova Porteirinha cIdade vizinha a Janaúba,porém com sempre vejo a biblioteca vazia,mudei de ideia escrevo na sobre-capa:compartilhe um livro e o deixo em qualquer lugar eles tem sumido tomara que estejam sendo lidos

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

viela



Edson Bueno de Camargo

das pedras ancestrais
em meio
da rua
a poça
convida a criança
chafurdar

janelas testemunhas silentes
portas e janelas
com trincos e trancas
gonzos seculares

olhos esticam
pelos vidros
atravessada
espia

lá fora
potes de barro
folhagens e flores
ausência e brisa
esperam


(Exercício de criação 1 – Gambiarra Literária)
05/08/2010

http://gambiarraliteraria.blogspot.com/2010/08/exercicio-de-criacao-1.html

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vento

veio um vento e me levou
levou o que eu era
levou o que tinha
o que sabia
as minhas certezas desnecessarias
tão fantasticas que enchiam meus parcos bolsos
e que agora de nada servem
veio um vento e carregou para longe daqui meu pensamento
futuros disponiveis
presentes tao desejados
passados doces e molhandos
veio um vento e me levou

terça-feira, 27 de julho de 2010

dragão


S. Jorge (Franceschini, 1718)



Edson Bueno de Camargo

e toda profecia
que lhe saía das mãos
era uma sentença torta
epístolas postas na mesa
sem direito e direção

era festa na aldeia
ou se assemelhava
algo que voava
entre fitas lilases
e milagres de vinho e pão

e todo vento
que me chegava
era embriagado
estopa embebida em vinagre
deuses bentos em oração

e sob luz de candeias e voltas
toda a reza tinha um certo destino
olhares de menina triste
rosas verdes no parapeito
e medo de assombração

naquela noite não dormi direito
São Jorge não era meu amigo ainda
olhava-me firme junto à janela
com o cavalo empinando
e debaixo mais condescendente
com todos os seus dentes
ria de mim o dragão

quinta-feira, 22 de julho de 2010

para Sérgio Cohn

eu caminho seguindo
o sol
sonhando saídas
definitivas
da cidade-sucata
isto é possível
num dia de
visceral beleza
quando o vento
feiticeiro
tocar o navio pirata
da alma
a quilômetros de alegria


Roberto Piva . Ponto Chic, 95


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quero abrir a porta

Quero abrir a porta

Quero abrir a porta...
E ver o que tem...
Lá dentro!
Provavelmente ele está lá!
Mas não sabe disto
Está batendo a máquina
Esta fazendo barulho
Provavelmente vai acordar a todos
Não quero abrir a porta!
Para não ver...
...o que está lá dentro!
Provavelmente
Ela está por lá
Digitando algum texto!
E vai fazer barulho!
Vai acordar a todos
Pois todos estão dormindo!
Já faz tempo!
Pois eu sei!
Mas ela não sabe...
Mas está viva!
Bem viva pôr sinal
Mas eles sabem disto...
Quero fechar a porta!
E esquecer...
O que tem lá dentro
Pois ela estava morta!
Não queria viver...
Quer ir para bem
Para bem longe
Daquilo tudo!
Pois ela não sabe
Mas eu estou vivo!
Embora combalido
Estou vivo
E bem vivo
Apesar toda ausência...
Dela em minha vida
Quero fechar a porta
As janelas
E me esconder
De toda a ausência
De toda a dor
Não quero ver o sol
As estrelas
Os astros
Só quero fechar
A porta
E esquecer
Que um dia
Amei-te!
Mas que a mim mesmo
Hoje
Só quero fechar a porta
E ir embora...
De toda a tua ausência!
De toda a dor!
Samuel Congo da Costa é poeta em Itajaí SC

quarta-feira, 14 de julho de 2010

parafraseando Drummond:



Edson Bueno de Camargo

quando eu nasci
veio um saci
era para ser um anjo
que caiu de bebida na esquina
além de que seria plágio poético
(Carlos Drummond de Andrade teve a idéia primeiro)

o saci usava um velho jeans
e um all star surrado
(cadarço branco de velho punk)
não falava coisa com coisa
devia estar emaconhado brisado
sei lá
até ai
a vida não faz o menor sentido mesmo

vai edson
vai ser poeta na vida
maldisse o saci

fui peão de fábrica
tesoureiro
chefe de repartição
sindicalista
larguei a faculdade

mas fui pelas ruas
a fazer versos tortos
(imitando o Roberto Piva
que era um poeta melhor)

ah! como se pode perder o bonde da vida
se não existem mais bondes
só resta o conhaque no bar da esquina
e olhar o umbigo das moças que passam

olhar para a lua
pensando

terça-feira, 13 de julho de 2010

O QUE É AMOR





IMAGEM DE MARCEL



O O QUE É AMOR



Na beleza do pôr-do-sol
Contemplo a paz contida
no silêncio da noite que se aproxima...
Tudo é calma
Tudo é alma
Sinto a grandiosidade do Todo
Se manifestando nas pequenas coisas
No bater do meu coração
No pulsar de uma paixão...
Neste momento cessa
o que denominamos "dor"
Pois na minha vida
Compreendo o que é amor.


Kira, Penha Gonçales



Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ME FASCINA


imagem google

















ME FASCINA


Teu cheiro me fascina...
A lembrança do seu beijo
Domina meus sentidos
Meu corpo entorpecido
Anseia por seu toque...
A razão e a emoção
Entram em choque
Aceleram o coração
E eu pergunto: o que é este sentimento?
Não é paixão, nem atração
Não é amor
Sua ausência causa tormento
A saudade maltrata o peito
Causando sofrimento...
A alma num lamento compõe versos
O sentimento é único
incompreensível
Mas sem razão de ser...
E lança no Universo uma melodia
Que volta para o pensamento
Em acordes doces de um sentimento puro
Carinho, afeição...
Por que não dizer que é amor então?
Sentimento que não tem porque existir...
Brincadeira da vida
O meu tempo extinguiu-se
O seu... apenas começou
E lanço no papel, palavras
Poesia traduzida em poemas
A alma perdida não entende...
Por que não pode ser?
A razão tem sua opinião...
A emoção deve ser guardada
apenas no meu coração
Assim é triste amar...
Mas eu sei
Isto vai passar


Kira, Penha Gonçales




Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Meditação

Meditação

A gente começa a amar
por simples curiosidade,
por ter lido no olhar,
certa possibilidade.

E como no fundo,
a gente se quer muito bem,
ama quem ama somente,
pelo gosto que tem.

Pelo amor de amar
começa a repartir o pudor,
e se habitua depressa,
a trocar frases de amor.

E sem pensar vai falando,
as coisas que já falou
e então continua amando,
só porque já começou.

Paula Kalantã
e-mail: paulinhakalanta@yahoo.com.br

sábado, 10 de julho de 2010

ACREDITAR, SEMPRE...


imagem google


ACREDITAR, SEMPRE...



Enfrentar problemas com coragem!
Acreditando sempre que amanhã será melhor...
Tudo é aprendizado, afinal de contas!
Desafios... eles estão e estarão sempre presentes.
O importante é encará-los de frente, fazendo sempre o nosso melhor.
Não devemos temer algo... o melhor sempre acontece para cada um!
Acreditar sempre, pois temos dentro de nós algo de Divino, que a Força Maior colocou e está presente na nossa Essência.



Kira, Penha Gonçales



Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

INOCÊNCIA



IMAGEM GOOGLE


















INOCÊNCIA

A pureza de um olhar
Transmite tudo o que é amar
Transparência e verdade
Sinceridade...
No olhar de uma criança
Toda a esperança contida
Nos mostrando que apesar de tudo
que possa nos entristecer
A vida, esta dádiva Divina
Vale a pena ser vivida


Kira, Penha Gonçales



Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Contrato.



Edson Bueno de Camargo


quando me deram de comer
compraram com isso minh’alma
colocaram no fundo do prato
um contrato sem que me apercebesse

e quanto mais me fartasse
quanto maior a abundante mesa
mais partes de mim se levavam

não me sinto mais eu mesmo
há um vazio que me preenche por dentro
não há tormento,
nem angustia

só um vazio que me permeia a pele
como se esta fosse invisível
como se não fosse mais possível.



Poema publicado no livro "Poemas Do Século Passado-1982-2000", edição de autor, Mauá, SP - 2002  e  Livro da Tribo (Agenda Poética) 2004-2005 – Editora da Tribo – São Paulo-SP.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CORAÇÃO INSENSATO


IMAGEM GOOGLE

CORAÇÃO INSENSATO


Oh! Coração!
Por que disparas tão alucinadamente
a uma simples visão deste ser?
Por que bates descompassado?
Por que Alma minha,
brilhas através do meu olhar
a um simples sorriso deste moço?
Diga-me Senhora Sensatez?
Por quê?
Por que foges e deixa que a Insensatez
ocupe o seu lugar?
Loucuras do coração...
E quem vai dizer o contrário?
Paixão...
Sedução a um simples toque!
O que eu faço com a razão agora?


kira, Penha Gonçales


Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Atrabílis (on the rock)

Atrabílis (on the rock)
Sonho embalado
Alívio artificial
São segundos
De dor e alívio
Embalo por doces
Que matam...
São corpos esqueléticos
Embarcados em almadias fictícias...
A dançar com a cerasta...
A sonhar com a dabua encantada!
A pedir mais uma dose!
Na noite fria como uma alabanda!
Para uma nova viagem onírica!
Para voltar para casa...
Ao som dos tambores!
Para a mãe negra!
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

A insustentável leveza do ser


A insustentável leveza do ser
(para Morgana Cristian da Costa)
Ninguém suportava mais o jeito dela
O sorriso encantador e seu brilho no olhar
Seu otimismo exacerbado
Sua maneira de ver o mundo
Sempre cheia de esperança
Ninguém suportava mais seu jeito de ser
Sempre feliz & alegre
Contudo, ninguém suportava mais!
Seus devaneios e seus rompantes de felicidade
Suas pequenas loucuras
Seus excessos de sinceridade
Sempre imprevisível
Contudo, ninguém suportava mais o jeito dela...
Quem sabe, somente eu?!?!

Samuel Congo da Costa é poeta em Itajai SC

domingo, 4 de julho de 2010

TRADUÇÃO DO QUE É AMOR


IMAGEM GOOGLE


Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.









TRADUÇÃO DO QUE É O AMOR


Bolhas de sabão

Arco-íris multicor

Canto do Bem-te-vi

Beijo do Beija-flor

Anjo que cura a dor

Razão deste meu amor

Um beijo com emoção

Acalanto de eterna paixão

Meu poema criança

Traduz toda a minha esperança...


Kira, Penha Gonçales

quinta-feira, 1 de julho de 2010

esquizofrenia




O GRITO -(Edvard Munch)

Edson Bueno de Camargo


dou passos ao acaso
e como diz o poeta Antonio Machado
a estrada se cria sob meus pés

sempre quis ser um artista plástico
o poeta entrou em minha vida de contrabando
junto o músico que menosprezei

o poeta é o mais persistente
dos sintomas
de minha esquizofrenia

terça-feira, 29 de junho de 2010

TODO AMOR




imagem google

TODO AMOR




Um carinho

Beijo de passarinho

Essência de uma flor

No bico do Beija-flor

Transporta no seu caminho

Doçura e amor

Não vê na vida que leva

Razão para o desamor…


Kira, Penha Gonçales


Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ensaio

Ensaio

Esqueço que sou mulher

Esqueço que sou gente

Esqueço que sou humana

Esqueço que sou admirada

Esqueço que sou forte

Esqueço que sou feliz

Esqueço que sou triste

Esqueço que sou alegre

Esqueço que sou feliz

Esqueço que eu existo

Esqueço que sou bonita

Esqueço que sou me transformando

Esqueço que te quero

Esqueço que não sou perfeita

Esqueço que sou falha

Esqueço que sou amada

Esqueço que te quero bem

Esqueço que sou que fui tua

Esqueço que te beijei

Esqueço que te adorei

Esqueço que fui uma pessoa

Esqueço que tenho talento!

Esqueço tudo

Esqueço o mundo

Esqueço a euforia

Esqueço a harmonia

Esqueço os teus carinhos

Esqueço o passado

Esqueço o futuro

Esqueço o presente

Esqueço o momento

Esqueço a minha sombra

Esqueço o sossego

Esqueço a multidão!

Esqueço do trato

Esqueço que nasci

Esqueço da traição

Esqueço do humor

Esqueço a família...

Esqueço a sinceridade

Esqueço a amizade...

Esqueço a solidariedade

Esqueço o perdão

Esqueço a falsidade

Esqueço que tenho direitos

Dessa vez há uma chance...

Sou real

Patrícia Raphael é poetisa em Itajaí

Cabística

Cabística
Oh Sereia dos rios e dos lagos...
Doce serpente...
A banhar-se e a mirar-se nas águas.
Vem me seduzir!
Embair-me!
Oh Quianda sagrada!
Quero naufragar e morre em teus braços!
No pelágio mais profundo quero sumir
Quero sumir e morre em teus braços...
Ouvir teu canto mais sagrado...
Viver e morrer em teus braços...
Samuel C. da Costa poeta em Itajai SC

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Entregar bêbados.




Edson Bueno de Camargo

entregar bêbados,
eis uma ingrata tarefa
enfrentar mães e esposas enfurecidas

sempre
por alguma razão desconhecida
o amigo sóbrio que devolve o bêbado
é sempre a má companhia
que o conduz a bebida

joelhos ralados
roupa salpicada de vômito
cheiro de urina nas calças
palavras balbuciadas e desconexas

realmente,
é desagradável receber um destes pacotes



(Este poema é parte de meu livro inédito "index animi" que provavelmente nunca será publicado)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

o preparo (o último chá)


Edson Bueno de Camargo

camisas e lençóis brancos no varal
o chão e casa impecavelmente limpos
as coisas ordeiramente arranjadas
na sala e nos quartos

o jardim bem cuidado
a grama cortada

um quarto cuidadosamente trancado
tudo no exato lugar
desde o dia da morte do único filho

na cozinha
a velhinha prepara um bolo
farinha, leite, ovos, cacau e açúcar

sentado na poltrona
esperando o chá
o marido lê o último jornal

saindo do formo
aroma de chocolate

no preparo
da água fervendo no fogão
coloca com toda a delicadeza
duas colheres de raticida


(Este poema é parte de meu livro inédito "index animi" que provavelmente nunca será publicado)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ÁFRICA-2010

Abra os ouvidos – ouça!
O som das vuvuzelas
O grito sem nome
As cores são belas
mas o que elas dizem é:
FOOOOOOOME!
FOOOOOOOME!
FOOOOOOOOOOOOOOOOOOME!
...

JORGE DE BARROS

terça-feira, 8 de junho de 2010

Resultado do Concurso de Poesias Sama – Tema: Água

Resultado do Concurso de Poesias Sama – Tema: Água

Após avaliação da Comissão Julgadora estamos divulgando as cinco poesias classificadas em cada uma das categorias estabelecidas. A disposição obedece o número de inscrição em ordem crescente dentro da categoria.
Premiação: A premiação será entregue em atividade comemorativa ao mês do Meio Ambiente, desenvolvida em parceria com Secretarias Municipais, cuja data e local será amplamente divulgada. Os participantes do Concurso de Poesias receberão comunicado específico através das formas de contato fornecidas no ato da inscrição.
Certificado: A Comissão Organizadora decidiu conceder Certificado de Participação para todos que inscreveram seus trabalhos. Tais Certificados serão entregues na mesma atividade em que ocorrer a entrega da premiação. Os participantes que não puderem comparecer na data estabelecida posteriormente poderão retirar seus certificados na sede da Sama ou optar pelo recebimento via Correios.

FINALISTAS

CATEGORIA I – Até 12 ANOS

A Água - Alexandre Marcilio Sorato Junior - Mauá/SP
A água - Caroline Rodrigues Gomes – Mauá/SP
Ajudando a água - Rafaela Cruz de Sousa – Mauá/SP
Poema das águas - Robert Galvão da Silva – Mauá/SP
A água - Gabriela Laureano Maria – Mauá/SP

CATEGORIA II – 13 A 18 ANOS

Doce é o som da chuva que cai - Carolina Martins - Mauá/SP
Doce Água - Matheus Mazza da Silva - Mauá/SP
Água nossa de cada dia - Aquiles D R Alves - Mauá/SP
Água - Érica Pereira de Lucena - Mauá/SP
Água, o principio de todas as coisas - Natiele do Nascimento Pereira - Mauá/SP


CATEGORIA III – ACIMA DE 18 ANOS

PEDINDO ÁGUA - Geraldo Trombin – Americana/SP
Ao encontro do mar - Poliane Andrade de Oliveira – Muriaé/MG
Princesa da Terra - Davi Dias Defensor – Sorocaba/SP
NASCEDOURO DA VIDA - Nilton Silveira – Porto Alegre/RS
Um rio de muitas voltas - Jorge Cabral - Mauá/SP




quarta-feira, 2 de junho de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Babel

Marcos Roberto Moreira 27/05/2010



A cidade verticalizada

arranha a boca do céu com seus edifícios
– prisões de alto-padrão
que detém a classe média atrás das grades
para sua própria proteção –

Ali
crianças trocam a várzea
por quadras de cimento batido

casais entrelaçados
ronronam baixas gemidos
“Não faço barulho
as paredes têm ouvidos!”

E enquanto o espetáculo da via alheia passa
na vidraça da torre em frente
toda gente

empilhada

amontoada

busca sua individualidade
luta por privacidade
mantendo-se o mais distante possível

com “ois” desanimados no corredor
com “silêncios” intermináveis no elevador

nessa Babel hodierna
onde cada pessoa fala uma língua
sem a mínima vontade
de fazer entender



quarta-feira, 26 de maio de 2010

A saga dos que vêm de longe




Iracema Mendes Régis



Rosa, que veio de longe
Cara de boneca de pano
Corpo miúdo, desengonçado,
Dos mamulengos da terra.
Trepada no alto,
Espia a 22 de Novembro,
Quase esquina com a Av. Barão.
Ajeita o cabelo, faz unha de pé e mão.
Rosa, que veio de longe,
Não está mais sozinha –
Tem até marido e de noite dorme
Num cantinho só seu.
Caprichosa a Rosa
Faz as unhas da madame
E as suas também.
Corajosa a Rosa
Resiste ao calor do cubículo
Com a mesma graça
Das flores que viçam na praça.
Feliz a Rosa
A tardezinha desce!...
Na casa do Norte,
Envolta nos cheiros do fumo de rolo,
Da carne jabá, da cachaça, da rapadura,
Do pé-de-moleque e do requeijão,
Ela se abastece.

Cidade de Pedra e Argila




Aristides Theodoro

“Orquídea posta num vaso”
Nicolas Guillén

Vejo ainda
Grudado no chão
A argila mole
Consistente, catarrosa
Com a qual antigos operários
Moldaram a cara da cidade.

Foi daqui que saiu
A louça, a telha o tijolo
E mais tarde o paralelepípedo
Para a construção de outras
Cidades pelo Brasil afora.

A louça made in Mauá
Criou asas e saiu
Ornamentando mansões grã-finas
Desde “Oropa”, França e Bahia.




Toca Filosófica 19/02/2003

Cascata



Cleide Borges




marca
o silêncio de alguns
e dor de outros

paz imposta
num gramado
íngreme

subidas às visitas
pupilas de adeus

a capela inspira
conforto
a fé abalada

abrigos serenos
dialogam

lote 2
quadra C

platéia em flores
dos poros exalam
um coro de amor

brota a vigília
néctar de saudade
cala a sintaxe

terça-feira, 25 de maio de 2010

Arvore

Desagua em mim
Saudade agora é uma lagoa
que brota da terra que me gerou
me deu sede de beber da agua que fertiliza a terra
quem sabe,fazer nascer em mim arvores
genealogias,raizes,galhos troncos
uma porçao de parentes e agregados
avores,galhos troncos,raizes
genealogia sob aos ceus
caem a terra frutos maduros
prontos para refazer o circulo virtuoso

segunda-feira, 24 de maio de 2010

MORTE DA REALIDADE




Quatro velas velam a nua realidade

no fundo espaço frio,

cova do fruto da desilusão

aonde jaz

no eterno vazio.

A vida traz

noite sem luz

noite sem lua,

a carpideira contrita chora

a mão crispada ordenamente

encena o sinal da cruz

depois levanta , olha e vai embora,

afinal a vida continua


E a morte?

Ah! Quem quer saber da morte?


ANDRADE JORGE

direitos autorais registrados


domingo, 23 de maio de 2010

Pedra




"Deus de vez em quando me castiga. Me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra."[Adélia Prado]