segunda-feira, 15 de março de 2010

O ADMIRAVEL MUNDO DAS LETRAS



















à todos bibliotecários em especial, aos funcionários da

Biblioteca Municipal de Mauá Cecilia Meireles.

Dia 12 de Marco, dia do Bibliotecário.



Olhou ao redor: Todos concentrados. O silencio, quebrado apenas pelo virar de paginas aqui e ali. “Por que é tão difícil pra mim?”, pensou Renata. Realmente, não tinha paciência para a leitura. Lia as conversas no MSN e no máximo, os recados do Orkut. Isso quando o recado não era muito grande! Mas ela estava ali, na Biblioteca municipal, para mudar isso.

Um dia antes, ouviu uma frase dita pelo apresentador de um Reality Show:

- Você é o que você lê.

Sabia que o programa era um lixo, mas a frase a fez pensar. Lembrou das revistas de fofoca que vez ou outra folheava e refletiu: “Eu sou o que leio? Celebridade eu não sou. Então sou o quê? Alcoviteira?”.

Não, não. Não era isso o que queria da vida. Achava o máximo quando ficava sabendo de uma mulher que dirigia uma empresa ou era escritora. Queria ser assim como elas. Mas para isso, precisava adquirir conhecimento.

O difícil era saber por onde começar. Cruzou os corredores da biblioteca, de um lado para o outro, olhando as prateleiras, parando em uma capa brilhante, folheando um ou outro livro. Foi quando uma moça sorridente lhe abordou:

- Posso lhe ajudar?

- Estou procurando um livro...

- Sabe o título ou o nome do autor?

- Bom, na verdade, eu nunca li nenhum livro na minha vida. Mas decidi que vou passar a ler. Só não sei por onde começar. São tantos...

A bibliotecária calmamente conduziu a jovem aos arquivos de catalogação. Lhe ensinou não só como usá-los, mas também lhe indicou alguns livro e autores.

Levou para casa Dom Casmurro do Machado, e Senhora de José de Alencar. Apesar da dificuldade inicial, terminou em duas semanas.

Não demorou muito tempo, e já devorava dois livros por semana. Lima Barreto, Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Camões. Sua a sede de conhecimento aumentava a cada dia. Sua visão critica ficava cada vez mais aguçada.

Ela vivia cada pagina, sentia cada sentença; a angústia de K, o crime de Raskólnikov; deu a volta ao mundo em 80 dias, foi da terra à lua; lutou na guerra dos mundos, enfrentou o monstro da Rua Morgue, enquanto recebia as visitas noturnas de um corvo; ficou maravilhada com o monstro incompreendido da Jovem Mary Shelley, horrorizada com o fascismo do livro 1984.

Os livros lhe abriam as portas da percepção para um admirável mundo novo.

Hoje, apesar da faculdade de letras e do estagio lhe tomaram grande parte do tempo, Renata faz questão de ajudar no programa de doação de livros para a biblioteca de sua antiga escola.


- Marcos Roberto Moreira




6 comentários:

  1. Fiquei com remorso de ter roubado tantos livros na minha vida...

    Bibliotecas diversas, variados sebos, livrarias e armarinhos, bancas de jornais, casa dos amigos e dos inimigos, parentes, amores...

    Li a todos, mas isto não comuta o meu crime.

    Acho que vou me açoitar agora ou mato esta Renata.

    Abço
    Chris

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  2. Chris,
    Também já roubei/receptei livros...
    mas também já doei vários.
    Enfim... açoitar-se? Você é o mais cristão dos ateus que eu conheço!
    ABÇs

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  3. Roubar livro não é pecado, pecado é não lê-los.

    Mas este lado sadomaso do Chris é coisa de católico enrustido. Vai ver ele foi coroinha na infância. (Até o irmão do Papa fez as dele.)

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  4. Se roubar livros não é pecado, me levam pra conhecer a biblioteca de vocês então.

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  5. Não empresto, não mostro, meus "preciosos" anéis, digo, livros.

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