Iracema Mendes Régis
Rosa, que veio de longe
Cara de boneca de pano
Corpo miúdo, desengonçado,
Dos mamulengos da terra.
Trepada no alto,
Espia a 22 de Novembro,
Quase esquina com a Av. Barão.
Ajeita o cabelo, faz unha de pé e mão.
Rosa, que veio de longe,
Não está mais sozinha –
Tem até marido e de noite dorme
Num cantinho só seu.
Caprichosa a Rosa
Faz as unhas da madame
E as suas também.
Corajosa a Rosa
Resiste ao calor do cubículo
Com a mesma graça
Das flores que viçam na praça.
Feliz a Rosa
A tardezinha desce!...
Na casa do Norte,
Envolta nos cheiros do fumo de rolo,
Da carne jabá, da cachaça, da rapadura,
Do pé-de-moleque e do requeijão,
Ela se abastece.
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