Deise Assumpção
forma prima esquartejada
(o inexorável)
membros espetados
na memória medram
rodoviária
decibéis de cansaço, pressa, espera
concha acústica reescritura
de antigos versos
simples fonte artificial
a mesma água
da genitora aristocrática
aspersão de fé:
não se corrompe a essência
pode o rio se exorcizar
pequenas árvores
seivam as raízes das primitivas
espectros de futuro e passado
compromissando o Paço
velhos bancos
de reclinar o dorso
furtar beijos de namorados
agora duras muretas-nádegas
de envergar o tronco
olhos-inverno contornando arbustos
que às suas costas engendram flores
(sempre umbigo do universo
cruzando sacros os fios da taba)
Duas considerações sobre este poema: uma, é que a data de aniversário real de Mauá-SP, é 22 de novembro, dia do plebiscito que decidiu a autonomia, e que coincide com o princípio da revolta da chibata. Duas, que no final do poema, sem que se pensasse ainda na Taba, a poeta Deise Assumpção já intuiu alguma coisa.
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