quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Fenda no tempo...



Numa tarde
Outonal de janeiro
Tantas primaveras
De eras que eram tempo de afirmação
O ar de hoje em dia
Exala um cheiro estranho

Tanta vida
Embutida dentro da vida
De asa partida
Não pode voar

Mas o tempo
Ainda é tempo de ida...

E essa tarde estranha
Guarda uma fenda
Que se possa enxergar
A entranha da tarde
Enigma do tempo
Maior que a contemplação
Ou o lamento,
É a Inquietação

Que com a brisa da tarde
Traz um silfo no ouvido

Aquela palavra perdida
Na noite dos séculos
Que tento em vão encontrar.
Ederson Rocha

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